Sunday, April 21, 2013

DAMocracy impacto socio-ambiental das barragens


DAMOCRACY - documentário inédito sobre hidrelétricas no Brasil

Uma luta única por sobrevivência e justiça

Neste dia 19 de abril, quando no Brasil se comemorou o Dia do Índio, aconteceu o lançamento internacional do documentário Damocracy , um filme que, pela primeira vez, relaciona dois grandes desastres humanitários e ambientais em andamento, perpetrados por governos de dois países: no Brasil, a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará, e na Turquia a hidrelétrica de Ilisu, no rio Tigre.
A informação é do Movimento Xingu Vivo para Sempre, 20-04-2013.

Dirigido pelo premiado documentarista canadense Todd Southgate e produzido pela organização turca Doga Denergi, com apoio das ONGs International Rivers e Amazon Watch e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, o filme traça paralelos sobre os impactos dos dois projetos nas populações locais e o meio ambiente, colocando em cheque o discurso que aponta a hidreletrcidade como fonte de energia limpa.
Assim como Belo Monte, a história do barramento do rio Tigre na região de Ilisu data da década de 1980, quando o governo turco iniciou o projeto da hidrelétrica, com capacidade projetada de 1.200 megawatts. Desde então, da mesma forma que Belo Monte, a usina é foco de uma intensa batalha judicial em função dos seus enormes impactos, principalmente a inundação e destruição de um dos maiores tesouros arqueológicos do mundo: a vila de Hasankeyf.
Hasankeyf tem uma história de mais de 12 mil anos de ocupações por culturas diversas, constituindo um museu a céu aberto. Nos paredões rochosos que margeiam o Tigre, cavernas da era neolítica ainda preservam resquícios dos primórdios da civilização humana. Posteriormente, a região fez parte dos impérios Romano e Bizantino, tendo sido ocupada nos séculos seguintes pelos árabes, Artuqids, Ayyubids, Mongóis e Otomanos.  Além do valor arqueológico inestimável e único de Hasankeyf, porém, a vila e seus arredores são o lar de mais de 35 mil pequenos agricultores e pastores, ameaçados de despejo.O documentário mostra imagens impressionantes e depoimentos comoventes da região e de seus moradores.

A semelhança entre o projeto turco e os planos do governo brasileiro para os rios da Amazônia é evidente. Assim como no Brasil, a Turquia planeja construir mais 1.500 hidrelétricas nos rios Tigre e Eufrates, e não só o país, mas Iraque, Irã e Siria sofrerão enormes impactos nos seus reservatórios de água doce.
Belo Monte, apenas uma das mais de 60 hidrelétricas planejadas para a região, é uma prova viva dos enormes impactos sociais e ambientais destas mega-obras. “O preço que o mundo está sendo impelido a pagar a governos, como o brasileiro e o turco, para proteger interesses políticos e corporativos, é insano. Damocracy conta uma história de resistência; não deveria se tornar um registro de uma perda que o mundo falhou em previnir”, afirma Engin Yilmaz, diretora executiva da roganização Doga Dernegi, principal movimento de resistência contra a construção da usina de Ilisu.
Sobre os produtores
O nome do documentário, DAMOCRACY, é o mesmo de um movimento internacional criado a partir dos debates, na Rio + 20, sobre a insustenatbilidade ambiental e social dos grandes projetos hidrelétricos no mundo.
Atualmente, Damocracy é composto pelas organizações Doga Dernegi (BirdLife in Turkey), Amazon Watch,International RiversRiverWatchGota D’águaInstituto Socioambiental (ISA)Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), Right to Water Campaign Turkey (Su Hakkı Kampanyası), Root ForceContemporary Visual Arts Society (CVAS), Slow Food Fikir Sahibi Damaklar ConviviumGrand Rapids Institute for Information Democracy,Coordinadora de Afectados por Grandes Embalses y Trasvases (COAGRET) e Environmental Concerns (India).
Mais informações sobre o movimento estão disponíveis no site www.damocracy.org.
Para ver o vídeo clique aqui.

Fonte: IHU

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