Thursday, October 17, 2013

A entrega do Campo de Lira - denúncia


A entrega do Campo de Lira


Artigo de Heitor Scalambrini Costa* para o Jornal da Ciência critica o leilão do maior campo de reservas comprovadas de petróleo brasileiro no pré-sal



No leilão do campo petrolífero de Libra, marcado para dia 21 de outubro próximo, o Governo Federal estará trocando por 15 bilhões de reais (previsão de arrecadação) as reservas fantásticas que poderiam financiar a educação, saúde e infraestrutura no Brasil em um futuro próximo. Obviamente, pelo fato de a indústria do petróleo contribuir com mais de 50% da produção dos gases de efeito estufa, essa fonte energética deve ser usada para fins mais nobres do que meros combustíveis.

O dinheiro arrecadado com o leilão vai para a conta única da união, e quem sabe não será usado para pagar à eterna divida externa ou ainda para pagar os juros da dívida interna para alguns acionistas de bancos?

Neste dia, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) pretende leiloar o maior campo de reservas comprovadas de petróleo brasileiro no pré-sal, descoberto pela Petrobras em 2010, e uma das maiores descobertas mundiais dos últimos 20 anos. Possui entre 12 e 14 bilhões de barris de petróleo e está localizado a 180 quilômetros do litoral, na Bacia de Santos, a 7.000 metros de profundidade.

Para se ter uma ideia do que representa este depósito de óleo basta dizer que corresponde a tudo que já foi extraído pela Petrobras desde a sua criação, há 60 anos, equivalendo também a todas as reservas do México.

No leilão, participarão 11 grandes empresas petrolíferas. Além da Petrobras, Petrogal (portuguesa, subsidiaria da Galp), Repsol Sinopec Brasil (espanhola/chinesa), Mitsui (japonesa), ONGC (indiana), Petronas (malaia), CNOOC e CNPC (chinesas), Shell (anglo-saxônica), Ecopetrol (colombiana) e a Total (francesa).

A empresa ganhadora pagará 15% de royalties divididos entre a União, Estados e municípios. Dos 5% que irão para a União, 75% serão destinados para a educação e os outros 25% para a saúde. Estados e municípios estão livres para investir em qualquer coisa. Portanto, atenção ao percentual que realmente será destinado à finalidade social, pois é bem inferior ao que diz a enganosa propaganda oficial.

A empresa que vai extrair o petróleo, descontando o custo real da produção, deverá também entregar 50% do saldo em petróleo para a União. Os outros 50% do petróleo serão das empresas, que certamente o enviarão para seus países de origem sem pagarem impostos ou royalties.

Além disso, a área de exploração do Campo de Libra é um reservatório totalmente conhecido, delimitado e estimado em seu potencial de reservas em barris. Ou seja, esta área não é um bloco aonde a empresa petrolífera irá "procurar petróleo". Em resumo: um negócio excelente para estas empresas, e péssimo para o país!

Por que a política nacional do petróleo, a cargo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), é contrária aos interesses nacionais e dirigida a favor das transnacionais estrangeiras de petróleo? As denúncias contra a ANP são graves, e vêm de todos os lados, apontando que este leilão está direcionado ao cartel das multinacionais petroleiras para gerar superávit primário.

A entrega do petróleo que a ANP está patrocinando fere o princípio da soberania popular e nacional sobre a nossa importante riqueza natural que é o petróleo, chegando a se constituir em crime de lesa pátria.


Na exploração do pré-sal não existe problema - nem técnico, nem econômico - que o país não possa solucionar sem a presença das empresas estrangeiras. Com relação ao saber fazer, a Petrobras é líder mundial de tecnologia na produção de petróleo em águas profundas. Com relação aos investimentos necessários, o BNDES que disponibiliza crédito para tantas empresas privadas, inclusive transnacionais, bem que poderia emprestar para a Petrobrás.

O próprio Tesouro Nacional, em vez de pagar juros aos especuladores de títulos da dívida interna, poderia investir, com bom retorno, no pré-sal. E a Petrobras, uma das maiores empresas do mundo, certamente tem crédito para conseguir empréstimos no exterior. Falta a decisão política.

Legalmente, através da Lei 12.351, sancionada em dezembro de 2010, no seu Art.12, a União pode entregar o Campo de Libra, sem licitação, diretamente para a Petrobras. Esta, por sua vez, assinaria um contrato de partilha com a União, com o percentual do "óleo-lucro" (percentual bem alto, para beneficiar ao máximo a sociedade) a ser remetido para o Fundo Social. Assim se garantiria ao povo brasileiro o benefício total dessa riqueza, no seu devido tempo.

Além do evidente "entreguismo" que está configurado neste leilão patrocinado pelo Governo Federal, não se pode esquecer os recentes episódios de espionagem que ocorreu sobre a Petrobras, e que, sem dúvida, teve interesses econômicos na questão do pré-sal.

Isso, por si só, já recomendaria uma sensata suspensão deste leilão. Mas o governo está irredutível e ficará com a pecha de ser aquele que, de forma irresponsável, mais entregou as riquezas naturais do país à iniciativa privada.

*Heitor Scalambrini Costa é físico e professor da Universidade Federal de Pernambuco

Monday, September 9, 2013

Cadê os Amarildos da BAhia?

08/09/2013
por José Ribamar Bessa Freire




Crendeuspai! Sinto um cheiro arretado de chifre queimado no ar. As redes sociais anunciam que o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), vai enfrentar nas próximas semanas inferno tão terrível quanto o de seu colega do Rio, Sérgio Cabral. O rabo do capiroto já balança dentro do Palácio de Ondina, residência oficial, impregnada do fedor de enxofre.

Tudo isso porque jagunços armados que mataram um índio permanecem impunes, o que estimula a criação de novos amarildos, desta vez baianos. Relatos de Yakui Tupinambá e de Edson Kayapó, sequestrado e espancado, narram a violência contra os índios, sem que a grande mídia desse um pio. Por isso, o movimento indígena está recorrendo às redes sociais para romper o silêncio.

Barulho do gatilho

Edson Kayapó, 41 anos, coordena o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA) no campus Porto Seguro e lá é professor de História. Tem muitos amigos espalhados pelo Brasil: do Oiapoque ao Chuí, passando por Minas onde se graduou na UFMG e por São Paulo, onde concluiu o mestrado e o doutorado em História Social na PUC, orientado pela doutora Circe Bittencourt.

Respeitado e querido na academia, o doutor Edson Machado de Brito - o Edson Kayapó - deu aulas na PUC/SP e na Universidade Federal do Amapá como professor colaborador. Na qualidade de doutor, especialista em educação indígena, foi chamado ao Rio de Janeiro para participar de evento organizado pela Pós-Graduação em História e da banca de monografia do guarani Algemiro Karai Mirim na Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ, realizada na última segunda-feira, quando estivemos juntos.

Foi aí que o convidei para irmos no dia seguinte à Bienal do Livro, lá encontraríamos dois escritores indígenas Daniel Munduruku e Graça Graúna, com quem eu compartilhava uma mesa no Café Literário. Edson agradeceu o convite, mas informou que tinha obrigações na Bahia e precisava retornar na terça-feira. Voltou e dois dias depois sofreu um atentado, quando seguia para Pau Brasil num carro oficial do IFBA, na companhia de dois professores: João Veridiano e Júlia Rosa.

Por volta das 11h da última quinta-feira, quatro jagunços armados interceptaram o carro do IFBA em São José da Vitória, nas proximidades de Buerarema. "Tem um índio no carro" - disse um deles. Expulsaram os professores e o motorista, confiscaram os celulares de cada um, deixaram todos eles na estrada e incendiaram o carro. Duas viaturas da Guarda Nacional passaram pelo grupo, mas se recusaram a dar proteção a Edson, que é funcionário federal. Seus colegas, então, recomendaram que ele voltasse de táxi a Itabuna para se afastar da área de tiro.

- Foi o que fiz, no entanto o taxi foi interceptado em Buerarama por pessoas armadas, que me espancaram, me ameaçaram de morte com uma arma apontada pra minha cabeça. Fui submetido a um interrogatório pelo chefe dos pistoleiros:

- Você é índio, né?

- Sou Kayapó, não sou daqui da Bahia.

- Mas você é indío, né?

- Sou, sou Kayapó, sou da Amazônia.

- O que você tá fazendo aqui?

- Sou professor do IFBA, trabalho na Licenciatura Intercultural Indígena.

- Você é amigo deles. Você está preparado pra morrer?

- (silencio).

- (barulho do gatilho da arma…Não disparou)

- Vá embora, nem olhe para trás.

Arco digital

Por telefone, de um lugar escondido no interior da Bahia, Edson me conta o que aconteceu depois:

- Eles me soltaram, consegui chegar em outra cidade, onde me escondi. Não sei quando poderei sair daqui, a BR está fechada pelos capangas dos fazendeiros. Estou com o olho esquerdo inchado. Hoje, eu achei que morreria.

A região da Serra do Padeiro, entre Buererama, Una e Ilhéus, é um caldeirão que já começou a explodir, devido à disputa por terra indígena ocupada por fazendeiros. Um índio de 35 anos, casado, da comunidade Tupinambá de Olivença, foi morto na noite de terça-feira, o que foi confirmado pela Polícia Federal e pela Funai. Seu corpo permanecia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), aguardando o reconhecimento da família para ser liberado.

O couro comeu na semana passada, quando a Justiça Federal suspendeu as nove liminares que favoreceriam os grandes fazendeiros da região. A medida, segundo a Advocacia Geral da União, autoriza a permanência na área de cerca de 500 famílias tupinambá, o que deixou os fazendeiros enfurecidos, passando a atuar à margem da lei.

O depoimento de Yakuy Tupinambá, 51 anos, confirma o clima de terror instaurado pelos jagunços no sul da Bahia:

- "Eles nos atacaram, tocaram fogo em nossas casas, expropriaram nossa produção, queimaram carros do governo que prestavam assistência a nós. O clima é de apreensão e medo, o governo não dá atenção ao caso, os direitos humanos são violados, ainda há pouco fecharam a estrada vicinal em Sapocaeira, queimaram oito casas dos parentes, saquearam e depredaram uma loja só porque o dono vendia material de construção para os índios. Um ônibus escolar com crianças indígenas foi atingido por disparos".

Yakui critica o governo da Bahia e a imprensa local, que "está incitando a violência contra nós". Reclama da "mídia comprada", que cobre um engavetamento de carros no interior da Inglaterra, mas não conta o massacre daqui. "A mídia não nos ouve, nos desqualifica e nos descaracteriza. Quando registra a recuperação da terra indígena por nós, não fala em 'retomada', mas em  'invasão'. A mídia é tendenciosa". Recentemente oGlobo confessou que errou na cobertura do golpe militar de 1964. Falta reconhecer o erro, que persiste, na cobertura dos conflitos com índios.

Fitifiu e vaia

Com essa avaliação, Yakui recorreu às redes sociais, que conhece bem por atuar  no blog Índiosonline e por ter reflexão apresentada em vários eventos sobre o tema, entre os quais o I Simpósio Indígena sobre Uso da Internet nas Comunidades Indígenas e oSeminário Literatura Internet e Liberdade, na UFRJ, em 2010. Ela diz:

- Não existe instrumento de comunicação mais democrático que a internet, jamais conseguimos espaço na grande mídia para contar a nossa história, denunciar a violação de nossos direitos. Hoje, basta um clic e estou passando informações para todo o Brasil, para organismos internacionais como a Anistia Internacional e até para a ONU.

Yakui deu um depoimento interessante sobre o assunto no livro Arco Digital: uma rede para aprender a pescar: "A internet promoveu a abertura de horizontes, contrariando o pensamento de quem está interessado em nos manter amordaçados, trouxe-nos novos significados, sem que isso implique abandono de nossas tradições. Conectar-se ao mundo através da internet é ter direito a um rosto e fazer ouvir nossa voz".

O blog Indiosonline exibe, entre outros, quatro vídeos referentes à retomada de território pelos Tupinambá, que acumularam mais de 500 anos de resistência, incluindo o longo período em que, para sobreviver, permaneceram camuflados. São produções realizadas pelos próprios índios, em imagens registradas por Potyra Tê Tupinambá, Fábio Tupinambá e Bruno Ninhã Tupinambá e editadas por Alex Pankararu.

O movimento indígena está usando essas novas tecnologias para denunciar o governador Jaques Wagner. Sua eleição foi celebrada por todos nós por derrotar a oligarquia da Bahia, mas agora ele acabou aceitando a pressão dos fazendeiros. Solicitou que o reconhecimento das terras indígenas fosse adiado. Por isso, os Tupinambá podem significar para ele o que a aldeia Maracanã foi para Sérgio Cabral. As vaias e o fitifiu generalizado já começam a se transformar em rotina nos eventos públicos da Bahia.

Uma pena! Gostaríamos de aplaudir Jaques Wagner por uma decisiva defesa dos direitos indígenas. Se isso não acontecer, podem me incluir entre aqueles que vão pedir a ficha de inscrição no black bloc para acampar virtualmente em frente ao Palácio de Ondina e infernizar a vida do governador para que ele retome os princípios que o elegeram. Não queremos mais amarildos.
P.S. 1
No Rio, na segunda-feira, dia 2 de setembro, Edson Kayapó participou da banca de Algemiro Karai Mirim na Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ, coordenada por Roberta Lobo da Silva, ao lado de Ana Paula da Silva - orientadora e José Bessa - coorientador (UNIRIO/UERJ), Marília Campos e André Videira (UFRRJ) e Ruth Monserrat (UFRJ), que enviou por escrito seus comentários. Depois compartilhou a mesa no evento "Territórios e Territorialidades Indígenas" com Juciene Apolinário (UFPb), Izabel Missagia e Vânia Moreira (PPGCS-UFRRJ), além do autor deste texto. Os depoimentos de Yakui Tupinambá foram recolhidos por Renata Daflon em sua dissertação "Patrimônio em rede, memória criativa e performance: um estudo do blog Índios Online"(PPGMS-UNIRIO).
P.S. 2
ALARCON, Daniela Fernandes. O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. 2013. xx, 272 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.Orientador: Baines, Stephen Grant.
Resumo: Esta dissertação de mestrado discute as “retomadas de terras” levadas a cabo pelos Tupinambá da aldeia Serra do Padeiro, sul da Bahia, Brasil. Em definição sucinta, pode-se dizer que as retomadas consistem em processos de recuperação, pelos indígenas, de áreas por eles tradicionalmente ocupadas, no interior das fronteiras da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, já delimitada, e que se encontravam em posse de não-índios. Entre 2004 e 2012, os Tupinambá da Serra do Padeiro retomaram 22 fazendas e, a despeito das tentativas de reintegração de posse – com a realização de prisões de lideranças e prática de tortura contra os indígenas –, mantêm a ocupação de todas as áreas. Concebendo o território, a um só tempo, como pertencente aos “encantados” (classe de seres não humanos com os quais convivem os indígenas), construído pelos antepassados, e como condição de possibilidade de vida autônoma, os Tupinambá compreendem sua atuação como inscrita em uma história de longa duração. Nesse sentido, as retomadas são mais que “instrumentos de pressão”, destinados a fazer com que o Estado brasileiro concluísse o processo administrativo de demarcação da Terra Indígena. Essas formas de ação são parte de uma estratégia de resistência e luta pelo efetivo “retorno da terra”, categoria engendrada pelos Tupinambá, lastreada em suas concepções territoriais, e que será debatida neste estudo. Apesar de as retomadas serem reconhecidas pela literatura antropológica como uma prática disseminada entre os povos indígenas no Brasil, elas não têm sido objeto de estudos detidos. Tendo isso em vista, por meio de incursão etnográfica e pesquisa documental, buscou-se descrever e analisar o processo de retomada do território Tupinambá, com vistas a somar esforços na construção de um quadro analítico das formas contemporâneas de resistência indígena.

 disponível nos sites

e


Sunday, September 1, 2013

DIREITOS INDÍGENAS: MOBILIZAÇÃO NACIONAL-Constituição


Articulação dos Povos Indígenas do Brasil convoca mobilização nacional em defesa da Constituição Federal


Por APIB

Blog da Mobilização:



MOBILIZAÇÃO NACIONAL EM DEFESA DA CARTA MAGNA, DOS DIREITOS INDÍGENAS, DOS DIREITOS TERRITORIAIS E DA MÃE NATUREZA

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), composta pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul), Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPINSUDESTE), Conselho dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul e pela Grande Assembléia do Povo Guarani (ATY GUASU), que, por sua vez, reúnem na sua base centenas de associações e comunidades indígenas, considerando:

Que os direitos constitucionais dos povos indígenas, dos quilombolas e de outras populações tradicionais, assim como os seus territórios, encontram-se sob forte ataque por parte de interesses econômicos poderosos, que defendem o seu direito à propriedade mas não respeitam os nossos direitos coletivos à nossa terra sagrada, e ainda querem tomar para si as terras públicas e os seus recursos naturais;

Que há uma ofensiva legislativa sendo promovida pela bancada ruralista contra os direitos originários dos nossos povos, os direitos de outras populações tradicionais e os direitos de todos os brasileiros ao meio ambiente saudável, por meio de dezenas de projetos de lei e emendas à Constituição – em especial a PEC 215/00, PEC 237/13, PEC 038/99, PL 1610/96 e PLP 227/12 – que afrontam, inclusive, acordos internacionais assinados pelo Brasil, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a Declaração da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas;

Que o próprio governo federal tem mantido uma conduta omissa, em relação aos direitos dos povos, e conivente com os interesses dos ruralistas e do latifúndio, nossos inimigos históricos, que durante o ano passado aprovaram um novo Código Florestal adequado aos próprios interesses e este ano pretendem aniquilar direitos indígenas ao território. Uma conduta que se materializa em medidas como a Portaria Interministerial 419/2011, a Portaria 303/2012 da Advocacia-Geral da União, e o Decreto 7957/2013, e que se traduz, dentre outras, nas paralisações: da demarcação das terras indígenas, da criação de unidades de conservação, da titulação de quilombos e da implementação da reforma agrária.  

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) convoca todos os povos e organizações indígenas do país assim como os demais movimentos sociais do campo e da cidade, para uma Mobilização Nacional em Defesa da Constituição Federal, nos seus 25 anos de existência,  e pela Implementação dos Direitos Territoriais dos Povos Indígenas, dos Quilombolas, de outras comunidades tradicionais, dos camponeses e da Mãe Natureza, entre os dias 30 de setembro e 05 de outubro de 2013.

As manifestações de adesão e apoio devem ser encaminhadas para:
direitosindigenas25anoscf@gmail.com
 





http://www.trabalhoindigenista.org.br/noticia.php?id_noticia=166

Saturday, August 24, 2013

132 anos de aquecimento em 52 segundos


132 anos de aquecimento em 52 segundos.

Preocupante, muito preocupante!

A Nasa publicou um vídeo onde mostra o aquecimento global nos últimos 132 anos, e pode-se perceber que o aquecimento aumentou muito após a Terceira Revolução Industrial após a década de 70. As medições modernas de CO2 iniciaram em 1850 com 285 ppm, as quais aumentaram para 400 ppm neste ano (2013), um valor de alerta geral. Pode-se fazer uma correlação com o aumento de temperatura. Mais a concentração de CO2 na atmosfera, maior a temperatura média do planeta.
Segundo a NASA, para que tenhamos apenas 50% de chances de aumentar apenas 2 graus na temperatura MÉDIA da Terra, é necessário que a concentração de CO2 não ultrapasse 450 ppm até 2050, de acordo com o acordo. Este limites foram acordados em 2007 na COP 15.
De acordo com a projeções, a concentração de CO2 está aumentando 3 ppm por ano, e desta forma, ultrapassará os 450 ppm antes de 2030!!







Saturday, June 15, 2013

Copa do Mundo. Para quem e para quê?

Copa do Mundo. Para quem e para quê?


Enquanto governos e patrocinadores enaltecem a realização dos megaeventos no Brasil, um contingente de milhares de brasileiros, em grande parte composto por pessoas em situação de vulnerabilidade social, vem sofrendo as mais variadas violações de direitos humanos. É neste contexto que se inicia neste sábado, em Brasília, a Copa das Confederações, um evento que será um ensaio para o mundial de futebol, que ocorrerá em 2014 no Brasil. 

Para debater a realização de megaeventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, a revista IHU On-Line desta semana entrevistou uma série de especialistas e representantes dos Comitês Populares da Copa do Mundo espalhados por todo o país.

Leia mais aqui

Tuesday, May 21, 2013

Recorde em Emissões de CO2

Recorde de emissões terrestres de CO2 - gás carbônico - emissões de gases de efeito estufa.

Ocorreu neste mês de maio de 2013 a ultrapassagem do pico máximo de concentração de 400 ppm de gás carbônico enviados para a atmosfera terrestre (399,52 ppm em Mauna Loa-Hawai).
Desde o início da Revolução Industrial, quando começamos consumir combustíveis fósseis, esta medição foi estimada em 280 ppm.

Gráfico atual e os dados para o CO2 atmosférico

imagem do site: Co2now.org


Por estudos posteriores e acompanhamento das medições sistematicamente desde anos 50, ultrapassar 400 ppm significa um marco drástico, praticamente fora do limite de controle, significando um aumento de 2 graus na temperatura média da Terra e muita instabilidade climática.

O sistema climático da Terra responde por loops de feedbacks, o que significa que quanto mais quente, mais eventos climáticos extremos,  quanto mais eventos extremos, mais o sistema se re-alimenta (tempestades, chuvas intensas em pouco espaço de tempo, enchentes, calores extremos, neves e frentes frias mais intensas).
E quanto mais consumo de combustíveis fósseis, mais gás carbônico na atmosfera, que re-alimenta o efeito estufa.

Enquanto isso, os políticos que governam nosso país, generalizando para os outros (países), só sabem olhar para seus umbigos, sua companha eleitoral, seus interesses em aprovar projetos que lhes favorecem encher seus próprios bolsos.

Diminuir o consumo jamais, estimular a gastança em carros e entupir as cidades com engarrafamentos sem fim, sim.
Mas e quanto a planejar o futuro baseado em consumo moderado, em energia limpa ou pelo menos, menos agressiva? Que tal a energia solar? e a dos ventos? das marés? mais alguma...?
Porque não usar a racionalidade na irracionalidade? não fizeram isso com o Acordo Nuclear? (quem entende de globalização sabe do que falo).

Sem ser determinista sendo, o futuro não está muito favorável para nós seres vivos do planeta Terra!

Escrito inteiramente por mim, qualquer semelhança é mera coincidência de desabafos!




Saturday, April 27, 2013

Mudanças do Clima: curso on line para professores Ensino Médio

Mudanças do Clima: curso para professores Ensino Médio (Unesco)





O primeiro curso de aprendizagem on-line sobre Mudança do Clima para os professores do ensino secundário já está disponível.Este kit de treinamento inovador, intitulado UNESCO Curso para professores do ensino secundário sobre Mudanças Climáticas Educação para o Desenvolvimento Sustentável (CCESD) é projetado para dar aos professores a confiança, através de uma série de programas de seis dias, para ajudar os jovens a compreender as causas e conseqüências das mudanças climáticas hoje .

O curso tem como objetivo levar educação a mudança climática fora da sala de aula de ciência em todas as áreas susceptíveis de serem afectados pelas alterações climáticas. Estes incluem a ética, estudos sociais, economia e ciência política, entre muitos outros.  
Usando uma abordagem holística, abordagens pedagógicas e técnicas em seu próprio ambiente escolar, os professores podem desenvolver as capacidades de facilitar a mitigação das mudanças climáticas, adaptação e redução do risco de desastres aprendizagem. Instituições de formação de professores também podem usar o curso para atualizar o conteúdo CCESD em sua pré-atendimento e os programas de formação em serviço através de estruturas pedagógicas, exercícios, recursos regionais e diretrizes.
Os utilizadores podem aceder aos materiais de aprendizagem através de software baseado em Flash. O formato Flipbook proporciona uma experiência de livro na tela, juntamente com a funcionalidade de links para acesso rápido a outras páginas ou informações complementares (por exemplo, slides do PowerPoint).  
 "Há muitas iniciativas de base emocionantes sobre a educação para o desenvolvimento sustentável em andamento em todo o mundo", diz o diretor-geral da UNESCO, Irina Bokova. "Por trás de cada um deles estão envolvidos pessoas e professores jovens, inspirados pelo espírito de solidariedade. A educação é um dos pilares do futuro que queremos construir. "
Programa da UNESCO sobre Mudanças Climáticas Educação para o Desenvolvimento Sustentável está envolvida na construção desse pilar. Além disso, o programa inclui explicitamente a redução do risco de desastres em suas atividades e ferramentas.
acesse o link 

Sunday, April 21, 2013

DAMocracy impacto socio-ambiental das barragens


DAMOCRACY - documentário inédito sobre hidrelétricas no Brasil

Uma luta única por sobrevivência e justiça

Neste dia 19 de abril, quando no Brasil se comemorou o Dia do Índio, aconteceu o lançamento internacional do documentário Damocracy , um filme que, pela primeira vez, relaciona dois grandes desastres humanitários e ambientais em andamento, perpetrados por governos de dois países: no Brasil, a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará, e na Turquia a hidrelétrica de Ilisu, no rio Tigre.
A informação é do Movimento Xingu Vivo para Sempre, 20-04-2013.

Dirigido pelo premiado documentarista canadense Todd Southgate e produzido pela organização turca Doga Denergi, com apoio das ONGs International Rivers e Amazon Watch e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, o filme traça paralelos sobre os impactos dos dois projetos nas populações locais e o meio ambiente, colocando em cheque o discurso que aponta a hidreletrcidade como fonte de energia limpa.
Assim como Belo Monte, a história do barramento do rio Tigre na região de Ilisu data da década de 1980, quando o governo turco iniciou o projeto da hidrelétrica, com capacidade projetada de 1.200 megawatts. Desde então, da mesma forma que Belo Monte, a usina é foco de uma intensa batalha judicial em função dos seus enormes impactos, principalmente a inundação e destruição de um dos maiores tesouros arqueológicos do mundo: a vila de Hasankeyf.
Hasankeyf tem uma história de mais de 12 mil anos de ocupações por culturas diversas, constituindo um museu a céu aberto. Nos paredões rochosos que margeiam o Tigre, cavernas da era neolítica ainda preservam resquícios dos primórdios da civilização humana. Posteriormente, a região fez parte dos impérios Romano e Bizantino, tendo sido ocupada nos séculos seguintes pelos árabes, Artuqids, Ayyubids, Mongóis e Otomanos.  Além do valor arqueológico inestimável e único de Hasankeyf, porém, a vila e seus arredores são o lar de mais de 35 mil pequenos agricultores e pastores, ameaçados de despejo.O documentário mostra imagens impressionantes e depoimentos comoventes da região e de seus moradores.

A semelhança entre o projeto turco e os planos do governo brasileiro para os rios da Amazônia é evidente. Assim como no Brasil, a Turquia planeja construir mais 1.500 hidrelétricas nos rios Tigre e Eufrates, e não só o país, mas Iraque, Irã e Siria sofrerão enormes impactos nos seus reservatórios de água doce.
Belo Monte, apenas uma das mais de 60 hidrelétricas planejadas para a região, é uma prova viva dos enormes impactos sociais e ambientais destas mega-obras. “O preço que o mundo está sendo impelido a pagar a governos, como o brasileiro e o turco, para proteger interesses políticos e corporativos, é insano. Damocracy conta uma história de resistência; não deveria se tornar um registro de uma perda que o mundo falhou em previnir”, afirma Engin Yilmaz, diretora executiva da roganização Doga Dernegi, principal movimento de resistência contra a construção da usina de Ilisu.
Sobre os produtores
O nome do documentário, DAMOCRACY, é o mesmo de um movimento internacional criado a partir dos debates, na Rio + 20, sobre a insustenatbilidade ambiental e social dos grandes projetos hidrelétricos no mundo.
Atualmente, Damocracy é composto pelas organizações Doga Dernegi (BirdLife in Turkey), Amazon Watch,International RiversRiverWatchGota D’águaInstituto Socioambiental (ISA)Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), Right to Water Campaign Turkey (Su Hakkı Kampanyası), Root ForceContemporary Visual Arts Society (CVAS), Slow Food Fikir Sahibi Damaklar ConviviumGrand Rapids Institute for Information Democracy,Coordinadora de Afectados por Grandes Embalses y Trasvases (COAGRET) e Environmental Concerns (India).
Mais informações sobre o movimento estão disponíveis no site www.damocracy.org.
Para ver o vídeo clique aqui.

Fonte: IHU

Thursday, April 18, 2013

Índios e a PEC 215


Por que correram, deputados?

"A cena protagonizada pelos deputados seria risível se não representasse claramente o que pensam dos índios. Os engravatados correram, desesperados, quando viram um pequeno grupo de indígenas avançando  em danças rituais pelo meio do plenário". O comentário é de Elaine Tavares, jornalista, em artigo no Brasil de Fato, 17-04-2013.
Segundo a jornalista, "para os parlamentares, aqueles homens e mulheres nada mais são do que selvagens, perigosos e ameaçadores. Não conseguem os ver como cidadãos brasileiros, iguais a eles em direitos e deveres. Os deputados correram por que? De medo? E por que teriam medo? Porque sabem muito bem o que fazem e como tratam os povos indígenas nesse país".
Eis o artigo.
As comunidades indígenas do Brasil estão em processo de crescimento. Desde 1991 , segundo mostraram os dados doIBGE, o aumento da população foi de 205%. Hoje, o Brasil já contabiliza 896,9 mil índios de 305 etnias, e em quase todos os municípios (80%) tem alguma pessoa autodeclarada indígena. Até mesmo alguns grupos já considerados extintos, como os Charrua, se levantam, se juntam, retomam suas raízes, formam associações e lutam por território. Isso significa que a luta que vem incendiando a América Latina desde o início dos anos 90 já chegou por aqui.
Não é sem razão que causou tanto estupor a declaração dos Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, de resistir até o último homem caso forem retirados de suas terras. É que as comunidades já estão fartas de conversinhas e promessas governamentais. Querem ver seus direitos garantidos agora e estão dispostos a lutar. Isso também coloca todo mundo em polvorosa, porque, de certa forma, quando os índios estão quietinhos nas aldeias, são muito bem vistos.
Mas, bastou levantar o tacape para que os racistas e reacionários de plantão já se alvorocem. É o que acontece hoje em Santa Catarina, quando é chegada a hora da desintrusão da terra indígena do Morro dos Cavalos. Aceitos por vários anos, vivendo em condições precárias em poucos hectares, agora que tiveram as terras definitivamente demarcadas e lutam pela desocupação do território, provocam o ódio de comunidades pacatas e cheias de "gente de bem".
Também é o que se vê na luta contra Belo Monte e as demais hidrelétricas que poderão destruir boa parte da vida no Xingu. As revoltas das comunidades indígenas e ribeirinhas incitam os velhos ódios e não faltam as vozes a clamar contra o que chamam de "obstáculos ao progresso". Já as fazendas de gado e de monocultura que destroem pouco a pouco a Amazônia são vistas como "desenvolvimento". Da mesma forma foram julgados como baderneiros e oportunistas os indígenas que ocuparam e resistiram na Aldeia Maracanã por sete longos anos, querendo unicamente preservar um espaço histórico. Foram retirados à força, como se fossem bandidos.
Agora, os ataques vem do governo e do Congresso Nacional, no qual tramita uma proposta de mudança na Constituição, a PEC 215. Essa proposta tem por objetivo transferir para o Congresso Nacional a competência de aprovar a demarcação das terras indígenas, criação de unidades de conservação e titulação de terras quilombolas, que até então é de responsabilidade do poder executivo, por meio da Funai, do Ibama e da FCP, respectivamente. A aprovação da PEC põe em risco as terras indígenas já demarcadas e inviabiliza toda e qualquer possível demarcação futura.
Além disso também está em vigor a portaria 303, da AGU, que define que qualquer terra já demarcada pode ser revista e tirada das comunidades, basta que dentro delas haja algo que seja do interesse dessa gente sempre pronta a sugar as riquezas do país (minérios, petróleo, rios). Ou seja, é a forma moderna de dominação dos mesmos velhos opressores. Se antes eram os arcabuzes, agora é a lei. E o que é mais espantoso, uma lei que viola a Carta Magna.
Por isso é que os indígenas brasileiros organizados decidiram fazer uma ação em Brasília, junto aos deputados. Sabem que não dá para confiar numa casa cujos habitantes foram eleitos por grupos econômicos que sistematicamente vêm rapinando as riquezas da nação e, portanto, não hesitarão passar por cima de comunidades inteiras se isso for necessários aos seus interesses. E tanto isso é verdade que ontem (dia16.04) eles estavam lá, tentando conversar, tentando entrar na casa que dizem, é do povo. Mas, estavam impedidos. Só que decidiram não aceitar uma imposição sem sentido. Se a casa é do povo, entrariam. E foi o que fizeram.
Forçaram a porta e adentraram ao plenário, onde os engravatados os ignoravam. A cena protagonizada pelos deputados seria risível se não representasse claramente o que pensam dos índios. Os engravatados correram, desesperados, quando viram um pequeno grupo de indígenas avançando  em danças rituais pelo meio do plenário. Para eles, aqueles homens e mulheres nada mais são do que selvagens, perigosos e ameaçadores. Não conseguem os ver como cidadãos brasileiros, iguais a eles em direitos e deveres. Os deputados correram por que? De medo? E por que teriam medo? Porque sabem muito bem o que fazem e como tratam os povos indígenas nesse país.

A vergonhosa correria rendeu frutos aos indígenas. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), acabou propondo uma saída honrosa. A casa suspenderia  a criação da comissão especial que iria apreciar o mérito daProposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 e criaria  um grupo paritário para discutir os temas de interesse dos povos indígenas. Os índios reunidos no Salão Verde conversaram e deliberaram aceitando a proposta.
Agora é vigiar porque esse não vai ser um debate fácil. Tanto o governo como os grupos de poder que financiam a maioria dos deputados querem poder dispor das terras indígenas que estão cheias de riqueza. Mas, o fato é que a ação do "abril indígena" conseguiu pelo menos colocar em pauta um tema que já vem caminhando desde anos e não recebe a devida atenção nem pela mídia nem pelos deputados. Foi uma vitória, parcial e temporária, mas ainda assim uma vitória. O que prova por a + b que só a ação direta e organizada faz a vida das gentes avançar. E, para aqueles que estão aí, na luta sempre, a cena do apavoramento dos deputados deixa muito claro que eles sim, têm medo, embora não tenham prurido de destruir sistematicamente o modo de vida dos povos indígenas. A lição do abril indígena é singela: é preciso fazer com essa gente que não leva em conta os desejos das maiorias voltem a ter medo delas. A luta de classes avança por aqui também...
Fonte: IHU

Monday, March 25, 2013

Recorde na emissão de gases do aquecimento global

 

Terra atinge recorde na emissão de gases do aquecimento global.

 

A emissão de gases-estufa na atmosfera atingiu um novo recorde no ano passado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A liberação de CO2 atingiu 391 partes por milhão (ppm). Estima-se que, se este número chegar a 400 ppm, 90% dos recifes de corais, lar de grande parte da biodiversidade marinha, estariam comprometidos.

A relação entre os dois índices deve-se ao fato de os mares serem os maiores sorvedouros de CO2. Desde o início da era industrial, por volta de 1750, 375 bilhões de toneladas de gás carbônico foram lançadas na atmosfera. Metade ficou no globo; sendo a maior parte nos oceanos - um percentual menor foi recolhido pelas florestas do planeta.

A outra metade, no entanto, está na atmosfera, serve como um cobertor ao planeta, esquentando-o e dando margem a previsões cada vez mais pessimistas. O recorde na liberação de CO2 encontrado pela OMM corrobora um outro estudo, divulgado segunda-feira, pelo Banco Mundial. A organização alertou que, mantida a inércia atual, a Humanidade caminha para a liberação de 800 ppm em meados do século, o que aumentaria a temperatura global em 4º C.

Fonte: Jornal da Ciência

Wednesday, January 16, 2013

AQUECIMENTO GLOBAL: A tendência a longo prazo continua

Tendência de longo prazo o aquecimento global continua


 AQUECIMENTO GLOBAL: A tendência a longo prazo continua






De acordo com cientistas da Nasa, 2012 foi o ano mais quente desde 1880. Os dez anos mais quentes que se tem registro dos 132 anos mais quentes ocorreram desde 1998.
O mapa mostra mudanças de temperatura por região. Em vermelho, as regiões mais quentes e em azuis a mais frias, comparadas a um período base entre 1951-1980. 
 Para obter mais explicações de como funciona a análise, leia Mudança Mundial: as temperaturas globais.
A temperatura média em 2012 foi de cerca de 14,6 graus Celsius, que é de 0,55 ° C  mais quente do que o período base de meados do século 20. A temperatura média global aumentou 0,8 ° C desde 1880, e a maioria das alterações ocorreu nas últimas quatro décadas.
O gráfico de linha acima mostra as anomalias de temperatura anual 1880-2011 como registrado pela NASA GISS, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) Climatic Centro Nacional de Dados, a Agência Meteorológica japonesa e do Met Office Hadley Centre, no Reino Unido. 
Os cientistas enfatizam que os padrões climáticos causam flutuações nas temperaturas médias de ano para ano, mas o aumento contínuo dos níveis de gases de efeito estufa na atmosfera garante que haverá um aumento a longo prazo na temperatura global. 
"O planeta está se aquecendo porque estamos bombeando quantidades crescentes de dióxido de carbono para a atmosfera. "
O nível de dióxido de carbono na atmosfera era de cerca de 285 partes por milhão em 1880, o primeiro ano do registro da temperatura do GISS. Em 1960, a concentração de dióxido de carbono atmosférico, medida em Mauna Loa Observatory NOAA, era de cerca de 315 partes por milhão. Hoje, que a medição ultrapassa 390 partes por milhão.
A tendência é de eventos extremos de temperaturas sazonais e são estes eventos que tem maior impacto sobre as pessoas e a vida no planeta.