Thursday, June 16, 2011

Lixo Nuclear brasileiro: o impasse

O governo brasileiro pretende construir mais 4 usinas nucleares até 2030, mas ainda não conseguiu resolver o problema da estocagem do lixo resultante das duas usinas já operantes, Angra I e Angra II.
O combustível nuclear já utilizado em  Angra I e II, provisoriamente estocado em depósitos perto das usinas, somam quase 580 toneladas e os rejeitos chegam a 7.400 tambores (quase 3 mil m3).

Especulações sobre os possíveis locais para ser construído o depósito definitivo do lixo nuclear estão novamente na pauta das discussões políticas e sociais. Uma das possibilidades a ser discutida, é levar o lixo para o depósito dos rejeitos do acidente com o Césio-137, ocorrido em Goiânia em 1987, localizado em Abadia de Goiás.


Imagem abaixo retirada do Google Earth em 15/06/2011, mostrando o depósito do Césio em Abadia de Goiás.


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Hoje, 16 de junho, haverá uma audiência pública em Brasília, entre deputados, MP e representantes da CNEM, para esclarecimentos sobre o assunto.

Apesar de não haver, ainda, um comunicado oficial, a população local, alguns representantes políticos, o governador do Estado de Goiás e o Ministério Público, são contra. A cidade já possui um estigma, e não quer ver reacendida a chama do preconceito.

O lixo nuclear das usinas Angra I e II é classificado em risco alto, médio e baixo. O lixo de alto risco, em menor volume, está armazenado provisoriamente em piscinas contendo água, perto dos reatores. O lixo de médio e baixo risco (roupas, papéis, equipamentos, etc) está acondicionado em tambores em depósitos nas dependências das usinas. Este último é que deverá ser transportado para um depósito definitivo primeiramente, visto ter um imenso volume e o espaço para o mesmo estar se esgotando.

Não é preciso ser nenhum especialista para perceber quanto é insensato transportar 578 ton de combustível nuclear e 7,4 mil tambores (2.777 m3) com lixo radiativo por quase 1.300 Km.
Considerando que o peso médio máximo para transporte rodoviário numa carreta é de 26 ton, seriam necessários 22 caminhões para transportar apenas o combustível .
Outro fator a considerar é a localização do depósito definitivo já existente, há menos de 2 Km da cidade e próximo à rodovia estadual, GO 060. Este depósito foi construído especialmente para conter rejeitos de Césio-137, cuja meia vida é de aproximadamente 30 anos, e o lixo nuclear de Angra tem meia vida em milhares de anos!
 


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Foto de um dos depósitos de rejeitos radiativos, tirada por Brigitte Luiza, fonte aqui.    
                                                                      

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Foto de um dos depósitos, tirada por André Bonacin, fonte Panoramio.



Para saber mais, você também pode consultar alguns dos links a seguir:
Blog Orizona em Foco
Notícias Uol
Portal Ecodebate
Jornal Opção
Portal G1

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