Wednesday, April 25, 2012

Código Florestal: votação do relatório final


Votação do relatório final do Código Florestal Brasileiro.


E agora?





Após muitas delongas, brigas e discussões, finalmente foi votado o texto-base do Código Florestal, dado pelo relator Deputado Piau.


O texto saiu da Câmara tendo como relator o Deputado Aldo Rebelo, ao passar pelo Senado, foi modificado em acordo do governo com os ruralistas. O relator mudou, porque o Deputado Aldo Rebelo foi para o Ministério dos Esportes, assumindo o Deputado Piau. Este fez inúmeras modificações no texto que saiu do Senado, a pedido dos grandes ruralistas. 


Quer dizer, o que era já era ruim, ficou pior ainda. Os congressistas, a maioria a favor dos ruralistas, ganharam por maioria, infelizmente. 


O deputado Paulo Piau (PMDB-MG) retirou muitas partes do texto que tinha sido aprovado pelo Senado, beneficiando os ruralistas e desmatadores.


As partes mais polêmicas ficaram como descrito abaixo:


a) Anistia a todos os desmatamentos em beiras de rios e nascentes ocorridos até julho de 2008, obrigando a recuperação de, no máximo, metade das áreas que hoje deviam estar conservadas;

b) Anistia a quem desmatou Reserva Legal (RL) até 2008 para todos os imóveis com até quatro módulos fiscais (que varia de 20 a 400 hectares, dependendo da região). Isso desobriga estas propriedades da exigência de preservar 80% da Reserva Legal  no bioma Amazônico e 40% no cerrado. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), há um total de 4 milhões de imóveis nessas dimensões numa área de 135 milhões de hectares.


c) A RL desmatada pode ser recomposta com até 50% de espécies exóticas, aumentando os desertos verdes de eucalipto e pinus. Ou seja, os imóveis rurais que precisam recompor a RL ou Áreas de Preservação Permanente (APPs) em encostas, morros e margens de rios, podem replantar com até 50% de eucalipto! Algo maravilhoso para as empresas de celulose, pois poderiam até fazer parcerias com pequenos e médios proprietários, sem ter que comprar a terra.



d) Os imóveis que terão que recompor ou preservar a RL e/ou APPs poderiam compensar o desmatamento de uma propriedade em outra fazenda que esteja no mesmo bioma, deixando uma conservada e a outra toda desmatada. Com isso, o que não faltará são falcatruas, como a grilagem de terras públicas intocáveis e a averbação de outras áreas para compensar tudo o que o proprietário desmatou na sua fazenda.


e) Anistia o plantio de lenhosas como eucalipto e pinus em áreas com inclinação maior que 45° e topos de morros. Essa anistia é muito diferente da reivindicada pela agricultura camponesa, que é a manutenção de espécies como maçã, uva e café, que possuem ciclo muito mais longo;


A sociedade brasileira espera que a presidente Dilma vete este código, seja de forma integral ou em partes, conforme sua promessa em campanha, de não anistiar desmatadores.


Uma situação muito delicada para a presidente do país, a qual vetando o Código, corre o risco de não ter mais nenhum dos projetos do governo aprovados na Câmara dos Deputados, por outro lado,  se aprovar, o Brasil, país que seriará a Conferência Geral da ONU para o Meio Ambiente, a Rio +20, em junho próximo, estará desacreditado internacionalmente frente ao compromisso do desenvolvimento sustentável e da economia verde.


E agora?!


O povo brasileiro, o meio-ambiente e as próximas gerações gritam: Veta Dilma!!!


(by Zara Hoffmann)

Tuesday, April 24, 2012

Agrotóxicos – População não conhece os riscos


A população brasileira não conhece os riscos dos agrotóxicos


As pessoas que vivem na áreas rurais desconhecem o risco que correm com os agrotóxicos pulverizados nas monoculturas brasileiras.


Os pequenos agricultores não fazem idéia do risco que correm ao terem estes produtos pulverizados  a menos de 10 metros de suas casas e muitas vezes as embalagens dos agrotóxicos servem para embrulhar alimentos.




Esta situação escabrosa é relatada no “Dossiê sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde do Brasil”, feito por pesquisadores de saúde do país, que será apresentado em Brasília no Congresso Mundial de Nutrição Rio 2012, no dia 27/04.


Segundo um dos pesquisadores, a idéia é fazer frente à bancada ruralista no Congresso Nacional, que aumentou o lobby para liberação do uso de novas substâncias pela Anvisa – muitas delas proibidas nos EUA e na UE.


Um dos estudos inéditos será apresentado pelo pesquisador e médico da UFMT, Vandeley Pignatti. Ele analisou o sangue e a urina de professores das áreas urbanas e rurais das cidades de Lucas do Rio Verde e Campo Verde, no MS. Das 74 amostras analisadas, em 70 delas foram encontrados vestígios de agrotóxicos, sendo que entre os professores rurais, o nível foi o dobro.


Muitas das escolas rurais ficam a menos de 10 metros de plantações de soja, milho ou algodão, o que significa um riso grave à saúde por intoxicação crônica, entre professores e alunos. Há 71 cidades do País nessa situação e em nenhuma delas é cumprida a lei de 2008 que estabelece a distância de pelo menos 500 metros para a pulverização.


Em amostras de leite materno colhido entre 62 mães da mesma área, foi encontrado DDT, substância PROIBIDA no Brasil desde 1985 . E em 73% das amostras foi encontrado ENDOSULFAN, proibido em toda a Europa, que só será retirado do Brasil em 2013.
O desafio dos médicos pesquisadores é provar os danos dos agrotóxicos. 
O SUS não tem médicos capacitados para diagnosticar as intoxicações e notificar os órgãos de vigilância e controle, o que cria brechas para que as empresas desqualifiquem os dados.

Fonte: JC

Monday, April 23, 2012

Barragens na Amazônia: avaliação dos impactos

 

 

Pesquisa avalia o impacto de excesso de barragens na Amazônia

“Estão previstos 151 novos barramentos de rios, sendo que 50% serão de alto impacto ambiental e 80% causarão perdas de florestas”, de  acordo com pesquisa publicada na PloS ONE, por Matt Finer (das ONGs Salve as Florestas da América e Centro para Leis Internacionais de Meio Ambiente) e Clinton Jenkins (da Universidade da Carolina do Norte).

Há projetos para 151 novas barragens, com capaciade superior a 2 MW, nos 6 maiores rios que conectam os Andes à Amazônia, exercendo uma pressão à maior floresta tropical do planeta, sendo que já existem 48 barragens operando com capacidade acima de 2 MW na amazônia Andina.

O estudo revela que 60% destes projetos irão quebrar a conectividade entre as cabeceiras protegidas dos Andes e a Planície Amazônica, 80% vão provocar perdas de florestas, 50% são consideradas de alto impacto ambiental (capacidade acima de 100 MW) e 40% já estão em etapa avançada de planejamento.

 

"As cinco barragens de maior impacto ambiental estão associadas ao acordo energético entre Peru e Brasil (Inambari, Mainique, Paquitzapango, Tambo 40 e Tambo 60), por causa da fragmentação do rio e da necessidade de construção de estradas, linhas de transmissão e de infraestrutura", destacou Finer.

Os Andes fornecem a maioria dos sedimentos, nutrientes e matéria orgânica para a Amazônia. Muitas espécies de peixes amazônicos desovam em rios que dependem da influência andina, incluindo os que migram para as cabeceiras.

Barragens quebram a conectividade ao longo do rio. Vários processos ecológicos na Amazônia dependem da inundação sazonal, criada pela variação entre seca e cheia.

 

O sistema de conexões entre a planície Amazônica e os Andes ainda é pouco estudado, mas sabe-se que os Andes fornecem a maioria dos sedimentos, nutrientes e matéria orgânica para a Amazônia. Muitas espécies de peixes amazônicos desovam em rios que dependem da influência andina, incluindo os que migram para as cabeceiras.

O impacto total destas barragens ainda não foi divulgado, mas deveria ser amplamente estudado e determinado antes das suas construções e não depois

 

fontes:

http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0035126#pone.0035126.s002

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/508713-hidreletricasemafluentesdoamazonaspodemterimpactoecologicograve

Thursday, April 19, 2012

Dia do Índio em 2012 – contrastes


Dia do Índio em 2012 - contrastes


Povos Indígenas
Em pleno século XXI, a maioria dos brasileiros desconhece a diversidade dos povos indígenas que vivem no Brasil.
Em 1500, quando os europeus aqui chegaram, estima-se que eram mais de 1000 povos, em torno de 4 milhões de pessoas.
De acordo com o censo do IBGE 2010, atualmente são 238 povos, mais de 180 línguas diferentes e 817.963 pessoas, o que corresponde a 0,42% da população total do país.
A maior parte dessa população distribui-se por milhares de aldeias, situadas no interior de 670 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional.
 

Foto: diversos autores, veja aqui      

O cacique do século XXI - Esqueça o arco e flecha e a imagem de bom selvagem. Conheça Almir Suruí

 
Avanço da exploração entre o Brasil e o Peru pode levar a genocídio entre índios da Região (Foto: Funai/BBC)
Avanço da exploração entre o Brasil e o Peru  pode levar a genocídio entre índios da região (Foto: Funai/BBC)


Organização das Mulheres Indígenas do Acre -Índias levam bandeiras feministas e assumem dianteira do movimento
Para Letícia Yawanawá e Nazaré Apurinã, situação das mulheres nas aldeias ainda deixa a desejar
(Foto: João Fellet/BBC Brasil)

Para Letícia Yawanawá e Nazaré Apurinã, situação das mulheres nas aldeias ainda deixa a desejar (Foto: João Fellet/BBC Brasil)


Ativismo em Londres
No ano passado, Almir Suruí levou o protesto contra a usina de Belo Monte a Londres
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Criança indígena de ontem e de hoje – Os Kamayurá em 1976 e em 2012

Modos de vestir. Foto: Geraldo Guimarães                                    Modos de vestir. Foto: Renato Soares



Indígenas Digitais, o filme





No curta-metragem de 26 minutos, integrantes de várias nações indígenas, como a Tupinambá (BA), a Pataxó Hahahãe (BA), Kariri-Xocó (AL), a Pankararu (PE), Potiguara (PB), Makuxi (RR) e Bakairi (MT) relatam como celulares, câmeras fotográficas, filmadoras, computadores e, principalmente, a internet vêm sendo ferramentas importantes na busca das melhorias para as comunidades indígenas e nas relações destas com o mundo globalizado.


Rio+20 terá aldeia para discutir questões indígenas



Os Munduruku no I Encontro dos 4 Rios.



 Foto Telma MOnteiro
Ainda hoje os Munduruku contam suas histórias no esforço de manter vivo um elo com suas crenças e valores ameaçados pela realidade do mundo moderno: as hidrelétricas planejadas para o rio Tapajós.


Índios promovem passeata em prol de direitos trabalhistas


Brasil possui cerca de 100 mil trabalhadores indígenas, mas apenas 2% são registrados pelo Ministério do Trabalho





(by Zara Hoffmann)


Monday, April 9, 2012

HFCs – Hidrofluorcarbono – um gás de efeito estufa




HFCs – Hidrofluorcarbono – um gás de efeito estufa

Substituto para o CFC e HCFC, gases destruidores da camada de ozônio, desde o Acordo de Montreal em 1989.




Substância líquida à temperatura ambiente, com ponto de ebulição em 40,2 graus Celsius, densidade 1,25 g/ml a 20 graus Celsius, inflamável e com condutibilidade térmica igual a 10,6 mW/m.k, propriedades muito semelhantes às do HCFC, o que o tornou um substituto perfeito para ser usado  como agente de expansão de espumas para isolamento térmico (poliuretano), como agente propelente de aerossóis. geladeiras e ar-condicionados.


Apesar de não reagir com a camada de ozônio, quando no estado gasoso, é um gás de Efeito Estufa (GEE), provoca chuva ácida, é 1430 vezes mais ativo que o CO2, e depois de saturado persiste por aproximadamente 50 anos na atmosfera.





Um grupo de cientistas, incluindo o prêmio Nobel Mário J. Molina, sugerem a inclusão deste gás, também no protocolo de Montreal.


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Inovação Tecnológica
Science