Wednesday, May 26, 2010

Usina de Belo Monte – uma discussão que já dura mais de 20 anos.

Usina de Belo Monte – uma discussão que já dura mais de 20 anos.

·         Lembram da índia Tuíra?


      a kaiapó que ameaçou com um facão o então presidente da Eletronorte (atual Eletrobrás) José Antonio Muniz? Aconteceu em 1989, no 1o Encontro dos Povos Indígenas, em Altamira (PA) quando o mesmo apresentava o projeto da Usina de Belo Monte, que na época chama-se usina de Kararaô.
·         A cena foi registrada pela imprensa mundial e ficou na história. Naquela época os ambientalistas já lutavam contra o projeto, devido aos seus impactos ambientais pouco estudados.
·         Em 2008, outro protesto, agora em Brasília, outro dia, outro funcionário do governo, mesma índia e ainda mesmo problema – uma obra  gigantesca que ameaça o equilíbrio ecológico e sócio ambiental da região do Rio Xingu, na Amazônia.


·         Concebida no governo de Ernesto Geisel em 1975 como parte dos projetos de exploração do potencial da Amazônia. Nos anos 80 foram propostas a construção de mais 6 usinas na região. Em 1994 o projeto de Belo Monte foi remodelado, devido à pressão dos ambientalistas. Em 2008, o Conselho Nacional de Política Energética decidiu que somente o projeto de Belo Monte seria levado ao término.
·         Em 2009 foi realizado novo Estudo de Impacto Ambiental e em fevereiro de 2010 o Ministério do Meio Ambiente deu a licença prévia para a construção – antes dos resultados do estudo! Em abril de 2010 foi feito o leilão de licitação com a vitória do Consórcio Norte Energia liderado pela construtora Queiroz Galvão e pela Chesf (Centrais Elétricas do São Francisco).


·         Se construída, será a terceira maior do mundo em capacidade, a segunda é Itaipu, também no Brasil e a primeira maior fica na China.
·         Com capacidade prevista de 11 mil MW nos momentos de máxima produção, mas a média calculada é de 4,5 mil MW, porque o Rio Xingu tem suas épocas de cheia e vazantes, dependendo da época do ano.
·         O custo calculado da obra de R$19 bi (algumas construtoras já estimam em R$30bi) será financiado pelo PAC - Plano de Aceleração do Crescimento – nos lembra a época do desenvolvimentismo na ditadura militar, que custou um endividamento do Estado e pago com 10 anos de inflação – e Lula era o maior crítico deste desenvolvimentismo na época!!
·         Iam participar do leilão um grupo liderado pela Andrade Gutierrez e outro pela Camargo Corrêa. A Camargo saiu do páreo e o governo lançou medidas para estimular o leilão, como um desconto de 75% do IR nos primeiros dez anos de operação e um financiamento de 80% pelo BNDES – leia-se PAC ou Tesouro Nacional - com prazo de 30 anos para pagar. Um subsídio bem a La Geisel – os empresários comerciais e industriais serão os maiores consumidores desta energia e povo quem pagará.

 Impactos:
·         Francisco Hernandez, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP afirma que a usina provocará uma interrupção do Rio Xingu em 100 Km, o que atrapalhará a vazão de suas águas, prejudicando a população ribeirinha e os índios da região, e não será eficiente em termos de produção de energia (variação ao longo do ano entre 28.000 m3/s e 800 m3/s) o que reduz a 39% da energia do seu potencial total.
·         Serão inundadas aproximadamente 520 km2 de terras pertencentes a três municípios, Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo. Nesta região estão 30 comunidades indígenas, 8 unidades de conservação ambiental, 4 reservas extrativistas, e milhares de pessoas serão desalojadas.
·         Segundo o diretor de licenciamento do IBAMA Pedro Bignelli nega que comunidades indígenas serão atingidas e que há projetos de preservação da fauna e flora – quais??
·         O Ibama impôs uma série de 40 condicionantes socioeconômicas e ambientais ao projeto. ???
·         O Ministério Público Federal ajuizou inúmeras ações contra esta construção – devido às irregularidades, mas o governo mandou suspender todas as ações – isso não te parece uma ditadura travestida de democracia???
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Outros sites para consultas:

Leia aqui sobre as reuniões públicas efetuadas com a população local


Construção da Usina denunciada à ONU

documento para baixar – Pareceres de cientistas sobre o EIA

Tuíra em Brasília em 2009


Sunday, May 16, 2010

Projetos que geram Créditos de Carbono - Avalie você mesmo

Voltando aos créditos de carbono - RCEs

 Estas são alguns exemplos de empresas que possuem créditos de carbonos e os vendem no mercado de ações para empresas altamente poluidoras localizadas em países desenvolvidos.
As informações sobre seus projetos “sustentáveis” estão em seus próprios sites. Avalie você mesmo.

Projetos:
Plantar – MG – siderurgia: reflorestamento de eucalipto para produção de carvão. Não tem metodologia apurada de melhoria do processo de carbonização. Cada tonelada de ferro produzida com árvores de reflorestamento gera 1,1 ton de CO2, contra 1,9 ton de CO2 produzida pelo método convencional de usar carvão mineral (fóssil). Ainda assim, gera poluição e não compensa a natureza. Além de estar praticando monocultura de eucalipto na Serra da Mantiqueira do Espírito Santo, ato nada sustentável, visto ser o eucalipto uma planta não nativa que consome o lençol freático, impedindo que outras plantas à sua volta sobrevivam.


Lages Bioenergética e Tactebel – SC - energia: evitar emissões provenientes da decomposição de pilhas de resíduos de madeira, das madeireiras, co-geração de energia. Projeto “sustentável” que consiste em aproveitar resíduos vegetais de outras indústrias, os quais ficariam a céu aberto, sem aproveitamento, gerando metano por exemplo. Não leva em conta no seu projeto que ao queimar estes resíduos, também gera GEE (gases de efeito estufa).  


Alta Mogiana- SP – etanol: co-geração de energia do bagaço de cana e aumento da eficiência na produção de vapor na produção de etanol para vender energia à rede nacional. Tem imagem negativa no mercado internacional por praticar trabalho escravo e poluição ao meio-ambiente.


Nova Gerar Ecoenergia- SP e RJ – energia: aproveitamento do gás metano de aterro sanitário para produção de energia e tratamento do chorume. De qualquer forma há emissão de CO2 no ambiente proveniente da queima do metano para geração de energia, e o CO2 emitido pelos aterros sanitários não é computado.


Em outro post colocarei as empresas poluidoras que compram os créditos de carbono.


RCEs - você sabe o que é Crédito de Carbono?


Você sabe o que é crédito de carbono?


De acordo com o Tratado de Kyoto ratificado em 2005 as nações industrializadas devem reduzir suas emissões de gases poluentes em 5,2% de 2008 a 2012. Esta porcentagem é dividida entre as empresas do país, que ficam com a responsabilidade de reduzir as emissões. Ou adotam metas de não poluição ou compram commodities no mercado de ações, as RCEs.

RCEs – Reduções Certificadas de Emissões (mercado de) ou Certificados que autorizam a poluir!

Quem compra: países desenvolvidos, empresas poluidoras, que geram CO2 e precisam reduzir suas emissões, ou fazem isso na sua empresa ou compram de outra, dentro ou fora de seu país, visando os menores custos, a fim de cumprir as regras do Tratado.
As indústrias que mais poluem recebem das agências ambientais reguladoras, bônus negociáveis – cada bônus de RCE equivale a 1 ton de poluentes (CO2, SO2, CO, e outros).

Quem vende: ofertantes das RCEs localizados em países em desenvolvimento, que precisam cobrir os custos de um projeto. Estas empresas devem participar de projetos de desenvolvimento sustentável e que tenham alguma forma de compensação ao meio ambiente, seja evitando a poluição ou absorvendo-a (plantando árvores por exemplo).

Quem compra: não quer correr riscos e quer pagar no momento que receber as RCEs.
Quem vende: quer dividir os riscos e obter um financiamento inicial, pagável em RCEs (produto) para viabilizar o projeto.

No final de tudo, a transação toda não passa disso, apenas uma transação comercial de compra e venda que promove algum tipo de benefício para ambos os lados.

Uma forma das empresas se isentarem da responsabilidade que lhes cabe ao poluir o meio-ambiente. Uma forma de empresas conseguirem financiamento para seus projetos ditos sustentáveis. Leia mais aqui.

Referências:
 http://www.pensa.org.br/anexos/biblioteca/67200710113_Conejero_Neves.pdf
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./noticias/index.php3&conteudo=./noticias/amyra/creditos.html


Thursday, May 6, 2010

Novo Reator Nuclear brasileiro - segurança? onde?

Irá custar U$850 milhões, a primeira parcela será financiada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
Tem dois objetivos:
  • Tornar o Brasil autosuficiente em radioisótopos para aplicação na medicina
  • Tornar o Brasil autosuficiente, também, em produção de urânio enriquecido, em escala industrial, que servirá para alimentar as usinas de energia e ao submarino nuclear.

É um projeto considerado caro e inseguro pelos especialistas da área que enviaram carta ao Presidente Lula.

Por ser um projeto importante para o Brasil, o governo precisa garantir que entre para o orçamento de 2011.
Conforme opinião do Ministro Rezende, entre os candidato ao Planalto, Marina Silva seria a única a se opor à este programa.

E ainda querem que acreditemos que não corremos risco.....

Assista o vídeo abaixo, é uma adaptação parte da obra prima "Sonhos" de Akira Kurosawa (atualizado em 2013)




Saturday, May 1, 2010

A discussão sobre o "novo" Código Florestal

Está tramitando no Congresso Nacional, a discussão sobre a alteração de pontos importantes do Código Florestal Brasileiro, que vigora desde 1965, mas não é cumprido.

Há um a verdadeira "guerra"em Agronegócio e Ambientalistas a respeito da Lei.

Lei que nunca foi cumprida pelo Agronegócio, e que através de Medida Provisória, o Presidente tenta impor.

Se votada esta Lei, nossa florestas estarão ameaçadas irremediavelmente, segundo Ambientalista, pois o fato da discórdia é justamente o quanto de florestas devem ser preservadas numa propriedade.



Para saber em detalhes acesse:

Portal do Meio Ambiente

Câmara dos Deputados

Greenpeace