Sunday, March 13, 2011

Acidente Nuclear no Japão: a polêmica mundial do uso ou não uso da energia nuclear.

Um acidente radiativo no Japão, após o terremoto, faz o mundo retomar a polêmica discussão sobre o uso da energia nuclear.



O terremoto ocorrido no Japão em 11 de março, com magnitude de 8,9 na escala Richter, além de provocar um tsunami no Oceano Pacífico que invadiu terras japonesas, atingir a Austrália e alguns países das Américas e fazer milhares de vítimas, provocou um acidente em uma Usina Nuclear na região de Fukushima ao noroeste do país.
“O forte tremor provocou um incêndio no setor das turbinas da usina. Houve uma explosão do gás hidrogênio que se concentrou na estrutura metálica acima do reator. Segundo o porta-voz do governo japonês, a caixa de confinamento ainda está intacta, mas o núcleo corre o risco de fusão porque o arrefecimento está comprometido pela falta de energia. Potencialmente este acidente está na mesma escala que Chernobyl, mas as autoridades japonesas não dão maiores informações”.
As centrais nucleares japonesas, por estarem localizadas em falha geológica sujeita a terremotos, se fecham automaticamente na falta de energia. Por algum motivo houve falha mecânica no sistema e vazamento de gás radiativo. Algumas horas mais tarde, uma explosão no prédio do reator 1 liberou uma nuvem branca de partículas radiativas. A princípio as poucas informações não puderam determinar se o núcleo do reator estava intacto.
A agência internacional de energia atômica supõe que o acidente seja de nível 4. Para termos de comparação, o acidente de Chernobyl, o pior da história da humanidade, foi de nível 7 – o nível máximo em acidentes nucleares.
Outro ponto a ser comentado é o fato de que qualquer usina nuclear tem um depósito de resíduos, o qual pode ter sido danificado tanto pelo terremoto quanto pelo tsunami, e ter contaminado a água do mar. Mas isso só saberemos quando?
O terror da população e a evacuação.
Os japoneses têm um triste histórico de pavor e medo, advindos de Hyroshima e Nagasaki e são particularmente, o povo mais bem preparado para minimizar as conseqüências da contaminação radiativa. O governo japonês evacuou a população (140 mil pessoas) que mora ao redor da usina, num raio de 20 Km e aconselhou o restante a ficar dentro de casa e usarem máscaras de proteção. A quantidade estimada de radiação na sala do reator é de mil vez acima do normal, e nos arredores dos portões da usina, de 8 vezes acima.
A nuvem de radiação e soluções paliativas.
Após a explosão causada pelo hidrogênio, uma nuvem branca radiativa, pode ser vista ao longe, formada por vapores de Iodo 131 e finas partículas de Césio 137. Quando há liberação de Césio, significa que há exposição das barras de combustível, em estado parcial de fusão. Os vapores de Iodo podem se extender a grandes distâncias e as partículas e Césio, por serem sólidas, acabam por se depositar nas plantações, nos telhados das casas, nas ruas das cidades. Teoricamente, ficar dentro de casa, e usar máscaras pode amenizar um pouco o contato direto.
Ainda há aquecimento dos reatores e a energia elétrica que bombava a água de arrefecimento foi cortada.



Tem sido usada água do mar adicionada de boro, bombeada manualmente, para o resfriamento cuja conseqüência imediata é a corrosão dos equipamentos e uma possível causa de novos vazamentos. O boro é uma substância ávida por prótons e elétrons, o que ajuda a neutralizar a reação em cadeia e diminuir a quantidade de partículas radiativas.

ATÉ QUANDO 
A POPULAÇÃO MUNDIAL SERÁ SUBMETIDA AO TERROR DOS 
ACIDENTES NUCLEARES?

Para saber mais:
Modelo de animação do tsunami, e sua extensão mundial.
Rádio Nederland Wereldomroep
Notícias Terra
Imagens da Usina – antes (Google Earth)
imagens da Usina – depois da expolsão
O risco das Centrais Nucelares
Dados inquietantes sobre o acidente
Vídeo já postado anteriormente sobre acidentes nucleares
Escala para avaliação de acidentes nucleares

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Thursday, March 10, 2011

Usina de Jirau: extermínio de onças


Falha no projeto da Usina de Jirau leva fazendeiros a decidir exterminar onças



A onça-pintada (Panthera onca), também conhecida como jaguar ou jaguaretê é um grande felino, do gênero Panthera, e é a única espécie Panthera encontrado nas Américas. Foto e info: Wikipedia

A onça-pintada (Panthera onca), também conhecida como jaguar ou jaguaretê é um grande felino, do gênero Panthera, e é a única espécie Panthera encontrado nas Américas. Foto e info: Wikipedia

Onças pintadas e vermelhas estão na mira de tiro de fazendeiros e sitiantes das regiões de Jaci Paraná e Mutum Paraná, respectivamente a 90 e 160 quilômetros de Porto Velho. Ao fugirem dos desmatamentos provocados pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Jirau, os felinos estão invadindo as propriedades rurais e causando prejuízos consideráveis aos criadores da gado, carneiro e até galinhas, pois esses bichos são alvos potenciais das onças em busca de alimentos. Reportagem de Marcus Fernando Fiori, especial para o TUDORONDONIA.
“De novembro para cá já perdi 10 carneiros”, disse Almino Brasil, funcionário público da prefeitura de Porto Velho que mantém uma pequena propriedade às margens do rio Caracol, em Jaci Paraná. “Fui informado que poderia requerer indenização, mas não tenho tempo de, a cada vez que acontecer um ataque, largar meus afazeres aqui na cidade para ir ao sítio fotografar o ocorrido e correr atrás dos meus direitos. O jeito é amargar o prejuízo”.
Um fazendeiro que preferiu não se identificar disse que há um movimento entre os proprietários rurais para transformar a caçadora em caça, ou seja, eles pretendem abater os felinos a fim de diminuir seus prejuízos.
“Está claro que há uma tremenda falha no projeto ambiental dessa usina”, opina o mesmo fazendeiro. “Antes de desmatar, eles deveriam remover as onças para alguma reserva ambiental. O que eles fizeram? Simplesmente estão baixando as motosserras no habitat desses bichos e, para eles, não resta outra alternativa, a não ser buscar refúgio e alimentos nas propriedades da região. O fato é que, antes da usina, não tínhamos esse problema por aqui”.
HÁBITOS
Os fazendeiros dos dois distritos de Porto Velho observaram que a onça pintada abate um animal e se alimenta até se fartar. Em seguida enterra o que sobrou e, mais tarde, volta ao local para novo banquete com a mesma presa. A onça vermelha, porém, mata quantas presas cruzarem seu caminho. “Há relatos de onça vermelha que já abateu até dez animais de uma vez numa mesma propriedade. Ela enterra os animas, se alimenta de um e os demais se perdem”, disse Almino Brasil.
Os proprietários rurais temem também por vidas humanas – principalmente no que diz respeito a crianças. Disse outro fazendeiro que não quis se identificar: “a lei não permite que a gente tenha armas na propriedade rural. Assim, tenho na minha fazenda um caseiro com esposa e quatro filhos. Essas crianças podem ser alvos da onça ao saírem para brincar no terreiro. Até hoje, graças a Deus, não há relatos de onças que atacaram humanos, mas será que teremos que ficar esperando isso acontecer para tomarmos alguma providência”, questiona.
ESTRATÉGIA
As onças nas regiões da Jaci e Mutum estão causando prejuízos consideráveis e colocando a economia de pequenos produtores rurais em colapso – principalmente os que têm criações de subsistência. Tanto que já há planos para abater os felinos. Como o abate com arma de fogo poderia chamar a atenção das autoridades, uma parcela de fazendeiros pretende experimentar o envenenamento dos animais.
A idéia é simples: ao fazer um abate, a onça come e enterra o que sobrou, voltando posteriormente para concluir o serviço. Nesse meio tempo, os fazendeiros pretendem envenenar a carne com veneno de rato, o popular “chumbinho”. Assim, ao voltar para degustar o restante da presa, o felino seria envenenado até a morte.
“Acho legal a gente fazer essa reportagem e colocar esse problema a público, levando ao conhecimento principalmente das autoridades ambientais”, disse outro fazendeiro de Mutum Paraná que quis manter o nome em sigilo. “A questão está colocada. Agora é ver o que as autoridades vão fazer e, principalmente, o que o consórcio de Jirau vai fazer para solucionar o problema. Do contrário, vai ser muito difícil conter os ânimos desse pessoal que está tendo prejuízo por conta da onça. Vai acabar sobrando para os felinos”, concluiu.
Copyleft do site  EcoDebate, 09/03/2011
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Thursday, March 3, 2011

Belo Monte: Manifestação de líderes indígenas em Londres.

Mais uma vez a polêmica construção da hidrelétrica de Belo Monte leva manifestantes as ruas pra protestar e chamar a atenção das autoridades internacionais européias:



Numa viagem de 10 dias pela Europa, passando por Paris, Genebra, Oslo e Londres, um grupo de líderes indígenas da Amazônia denunciou o impacto que a construção da hidrelétrica de Belo Monte causará em suas comunidades e ao meio-ambiente. Não só Belo Monte, mas está prevista a instalação de um complexo de hidrelétricas na Bacia Amazônica.

A manifestação ocorreu em data de ontem, 02/03, contando com a presença de inúmeros simpatisantes do movimento, grupos indígenas e seus líderes, em frente à filial do BNDES em Londres (o qual financia a obra).

De acordo com Sheyla Yakarepi Juruna, representante da tribo Juruna no rio Xingú, a construção de Belo Monte causará inundações de terras e o deslocamento dos povos locais, índios e não índios, milhares de pessoas. O governo brasileiro não tem ouvido os apelos do grupos Amazônicos, por isso os líderes estão recorrendo à sensibilização dos governos internacionais.

Para aumentar a eficiência energética, o governo brasileiro tem inúmeros projetos de construção de novas e imensas hidrelétricas, com duas já em construção, Santo Antônio e Jirau no Rio Madeira, em Rondônia. Também assinou um acordo com o governo do Peru para construir pelo menos mais 6 usinas nas terras dos índios Ashaninka do Rio Ene (nome de uma parte do Rio Amazonas, no Peru).

Uma licença prévia do Ibama, concedida em janeiro, para início das obras em Belo Monte, foi suspensa pela Justiça Federal do Pará, no último dia 25/01, e também proíbe o BNDS de transferir recursos à Norte Energia S/A, consórcio responsável pela construção.  Mas a AGC (Advocacia Geral da União) acaba de entrar com recurso, em data de hoje, 03/03, para derrubar a suspensão.

Não é a primeira suspensão e nem o último recurso, muitas águas ainda irão rolar!!


Para saber mais:
Polêmica do Rio Madeira: Jirau e Santo Antônio  
The moviment for tribal peoples
Biografia dos líderes indígenas
Uma leitura crítica do RIMA 1
Uma leitura crítica do RIMA2